Capital de giro: o que é e como gerenciar?

Saber gerenciar o capital de giro é fundamental para manter um negócio funcionando sem se apertar com as contas. Leia este guia e se torne expert no assunto!

Por Inovar 28 de Agosto de 2024 - Atualizado em 28 de Agosto de 2024 8 min. de leitura
Capital de giro: o que é e como gerenciar?

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O capital de giro é um conceito fundamental para manter a saúde financeira de qualquer negócio, e pode ser definido como os recursos que uma empresa precisa ter para continuar funcionando, sendo usado para cobrir despesas operacionais, como pagamento de fornecedores, salários de funcionários e outros custos de curto prazo, além de gastos não previstos.

Essa ferramenta é considerada importante para otimizar a gestão dos negócios porque garante uma operação sem contratempos e que tira proveito das oportunidades que surgem em seus mercados de atuação.

Não se preocupe: este artigo foi feito para dar de bandeja a você tudo o que é preciso saber sobre o conceito. Abra o bloco de notas e se prepare, pois vem muita informação por aí!

O que é capital de giro?

O capital de giro pode ser definido como a quantidade de dinheiro que uma empresa deve ter disponível para gerir suas operações diárias e enfrentar suas obrigações, especialmente as de curto prazo, permitindo o pagamento de fornecedores e investimentos em novos projetos sem precisar recorrer a empréstimos emergenciais que podem comprometer a saúde financeira.

Para calculá-lo, basta encontrar a diferença entre os ativos circulantes – valores em caixa, contas a receber e estoques – e os passivos circulantes – dívidas de curto prazo e pagamentos que devem ser quitados dentro do ciclo operacional da empresa.

Toda essa conta vai ser melhor explicada mais adiante, com direito a fórmula e tudo! Mas, antes, tire uma dúvida comum do caminho…

Tem diferença entre fluxo de caixa e capital de giro?

Fluxo de caixa e capital de giro são coisas diferentes: embora sejam frequentemente usados como sinônimos, o fluxo de caixa consiste no movimento de entrada e de saída do dinheiro em um período específico, como um mês ou um trimestre, por exemplo, enquanto o capital de giro tem um foco mais amplo e mais estratégico, já que abrange todos os ativos e passivos circulantes do negócio.

Ou seja, o fluxo de caixa se concentra no acompanhamento do que entra e sai, e o capital de giro representa a capacidade da empresa de sustentar suas operações a longo prazo, considerando todos os recursos que podem ser convertidos em dinheiro e as obrigações de curto prazo, sendo um indicador ideal para identificar quanto realmente se tem “em mãos” e apontando a capacidade imediata de cobrir despesas, pagar fornecedores e fazer novos investimentos.

E o que é o capital de giro líquido?

Diferentemente do conceito geral, que considera a diferença entre todos os ativos e passivos circulantes, o capital de giro líquido foca, de forma específica, na liquidez disponível, ou seja, na capacidade de um ativo ser rapidamente convertido em dinheiro depois de feitos os descontos das dívidas de curto prazo.

De maneira resumida, o capital de giro líquido mostra quanto dinheiro o negócio tem disponível para manter suas operações e investir em oportunidades após cumprir com suas responsabilidades financeiras imediatas.

Para ilustrar, pense em uma pequena empresa de tecnologia que acabou de lançar um novo software e, portanto, conta com investimentos em desenvolvimento e recursos para marketing.

O capital de giro líquido desse negócio seria calculado subtraindo suas obrigações de curto prazo, como pagamentos de funcionários, do total de seus ativos circulantes, incluindo contas a receber e caixa.

Se o resultado dessa conta for positivo, a empresa tem uma boa margem de segurança para enfrentar imprevistos e continuar investindo no seu crescimento. Caso o resultado seja negativo, o negócio pode enfrentar dificuldades financeiras, precisando, inclusive, buscar fontes de financiamento adicionais.

Péssimo cenário esse último, né? Mas você não precisa passar por isso. O próximo tópico dá boas dicas para uma boa gestão desse capital.

Como fazer a gestão do capital de giro? 6 melhores dicas

Fazer uma boa administração de capital de giro envolve uma série de passos, e os principais consistem no monitoramento constante dos ciclos de caixa e na adoção de práticas de controle financeiro e estratégico das operações.

1. Faça uma análise detalhada dos ciclos financeiros do negócio

Uma análise detalhada da rotina financeira da sua empresa permite entender quais os períodos em que o capital de giro é mais necessário, o que pode ser realizado por meio de relatórios ERP e de ferramentas que ajudem a prever e gerenciar as variações sazonais.

Com essas informações, você consegue se planejar com antecedência, evitando surpresas financeiras e assegurando que os recursos estejam disponíveis nos momentos mais críticos.

2. Implemente práticas de controle de despesas

Agora que você já sabe quando o capital de giro é mais necessário, é hora de implementar práticas de controle de despesas com o objetivo de aumentar a eficiência em todas as áreas da operação, minimizar desperdícios e otimizar o uso dos recursos disponíveis.

Nesse caso, a principal recomendação é otimizar processos de contas a pagar e de contas a receber, o que inclui negociar prazos mais favoráveis com fornecedores para alongar o tempo de pagamento sem comprometer o relacionamento comercial e, ao mesmo tempo, acelerar o recebimento de pagamentos de clientes por meio de condições de crédito.

3. Planeje melhor o seu estoque

Outro ponto importante é a sua gestão de estoque, que deve manter os produtos sempre em equilíbrio entre ter o suficiente para atender a demanda e evitar excessos que imobilizem o capital.

O seu próprio sistema ERP pode fornecer esses dados, indicando itens há muito tempo no depósito e aqueles que têm maior saída, para que você seja mais estratégico(a) nas compras e não cometa erros na gestão de estoque.

4. Calcule o seu capital de giro com frequência

A frequência com que o capital de giro deve ser calculado depende da natureza e das necessidades da empresa, mas, em geral, recomenda-se que seja revisado mensalmente, no entanto, em negócios com alta variação nas vendas ou nos ciclos de produção, pode ser necessário calculá-lo com mais frequência, como semanalmente.

Para calcular o capital de giro, basta encontrar a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes, de acordo com a fórmula mostrada abaixo.

Capital de giro = ativos circulantes - passivos circulantes
 

Os ativos circulantes são definidos como todos os recursos que podem ser convertidos em dinheiro dentro de um ano, como caixa, contas a receber e estoques. Já os passivos circulantes abrangem todas as obrigações que devem ser pagas no mesmo período, como contas e dívidas.

O resultado que a empresa encontra ao subtrair os passivos circulantes dos ativos circulantes indica a capacidade que o negócio tem de manter suas operações sem enfrentar problemas de liquidez.

5. Acompanhe outros indicadores

Estar sempre de olho em outros indicadores, como os de vendas, que englobam receitas, margem de lucro, ticket médio e afins, pode ajudar a melhorar o seu capital de giro por aí. Vai que a falta de valor em caixa para emergências é causada por uma margem de lucro baixa demais para os produtos que você comercializa?

Essa análise permite que o negócio identifique, de forma rápida, as áreas que precisam de melhoria e as estratégias financeiras que devem ser ajustadas.

6. Adote um bom sistema de gestão ERP

Um bom sistema ERP será capaz de integrar todas as áreas do seu negócio, proporcionando uma visão abrangente e em tempo real das finanças, do inventário e das contas a pagar e a receber, tudo no mesmo lugar.

Ele também permite automatizar a geração de relatórios financeiros e monitorar o fluxo de caixa com precisão, o que facilita a tomada de decisões estratégicas e baseadas em dados concretos, entregando todas as informações que você precisa para manter o seu capital de giro sempre positivo.

Antes de ir, que tal um exemplo que mostra como esse acompanhamento é essencial em empresas mundo afora?

Exemplo de uso do capital de giro

Para que você possa compreender melhor o conceito, imagine uma padaria que está crescendo e, por isso, decidiu investir em novos equipamentos e ampliar seu estoque. Durante esse período de expansão, o negócio precisa pagar seus fornecedores de farinha, açúcar e outros ingredientes, além de manter a equipe e cobrir custos operacionais.

Suponha que os custos ficaram elencados da seguinte forma:

  • Novos equipamentos: R$ 50 mil
  • Ampliação de estoque: R$ 20 mil
  • Pagamento de fornecedores: R$ 15 mil
  • Folha de pagamento mensal: R$ 10 mil
  • Outros custos operacionais: R$ 5 mil

Para cobrir esses valores, o capital de giro necessário seria de R$ 100 mil (somando tudo o que você viu na lista). Se a padaria tiver uma quantia de R$ 120 mil, ela poderá realizar esses investimentos e ainda manter uma reserva de R$ 20 mil para emergências ou para novos investimentos imprevistos.

Ou seja, com um montante adequado, os gestores poderão fazer esses novos investimentos sem interromper suas operações diárias ou comprometer sua capacidade de atender os clientes normalmente.

Entretanto, caso o capital de giro esteja baixo, a padaria pode enfrentar dificuldades financeiras que podem atrasar a expansão e até mesmo afetar sua capacidade de atender à demanda crescente.

Quer saber mais sobre o gerenciamento financeiro de uma empresa e sobre como um ERP de qualidade pode ajudar? Então, é só continuar a navegar pelo blog de informações para o varejo da Inovar para encontrar tudo o que você precisa!

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