Giro de estoque: o que é, como calcular e como melhorá-lo

Produtos importantes vivem faltando enquanto outros estão encalhados? Calcule o giro de estoque e descubra como melhorar a rotatividade das suas mercadorias.

Por Inovar 01 de Outubro de 2024 - Atualizado em 02 de Outubro de 2024 10 min. de leitura
Giro de estoque: o que é, como calcular e como melhorá-lo

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Conhecer o giro de estoque é fundamental para afastar aquele que é um dos maiores medos dos varejistas: perder vendas por falta de mercadoria enquanto outros produtos estão encalhados no fundo do depósito! E o cálculo para encontrar esse indicador é relativamente simples: basta conhecer o seu estoque médio e o total de vendas.

Com esses números em mãos, você tem condições de avaliar a rotatividade das mercadorias e, se necessário, readequar a logística para manter um equilíbrio financeiro saudável em relação à compra e venda de produtos.

O passo a passo para chegar nesse resultado – e também medidas para melhorá-lo –, você confere neste artigo. Siga na leitura!

Para começo de conversa: o que é giro de estoque?

O giro de estoque é um indicador de vendas utilizado para medir a rotatividade dos produtos vendidos por uma empresa, ou seja, representa quantas vezes ela consegue vender e repor completamente seu armazenamento em determinado período.

É um recurso valioso para uma gestão de estoque eficaz, pois permite que o gestor encontre um equilíbrio entre as compras e as vendas, para que as mercadorias não faltem e, de forma igualmente importante, não sejam armazenadas em excesso.

Um giro mais alto significa que os produtos estão sendo vendidos rapidamente. Em contrapartida, se o indicador estiver muito baixo, pode significar que os produtos estão ficando parados, o que acaba gerando mais custos com armazenagem, além do risco de deterioração.

Acompanhar esse indicador contribui, entre outras vantagens, para:

  • tomar decisões mais assertivas, baseada em dados;
  • identificar problemas de armazenamento ou logística;
  • reduzir os custos de armazenamento;
  • evitar perdas e prejuízos; e
  • aprimorar o planejamento de compras.

Para isso, basta fazer o cálculo e avaliar se o resultado é compatível com o esperado para o seu segmento de negócio.

Como calcular o giro de estoque?

Você pode calcular esse indicador de forma manual, seguindo as fórmulas que verá adiante, ou usando um sistema ERP que já forneça esse dado pronto para você no próprio painel de controle ou em relatórios automatizados.

Se você ainda não conta com essa tecnologia para facilitar sua vida por aí, não se preocupe, dá para fazer a conta na mão mesmo, e há duas maneiras mais comuns de fazer o cálculo do giro de estoque: pela quantidade ou pelo valor total dos itens.

Veja como chegar nesses números!

Cálculo por quantidade de itens

Esta é a fórmula padrão do giro de estoque, que vai trabalhar com o estoque médio – que representa a quantidade média de itens armazenados durante o período de tempo analisado – versus a quantidade que foi vendida no mesmo intervalo.

Para encontrar o estoque médio, some a quantidade de itens disponíveis no início do período – estoque inicial (EI) – à quantidade no final do mesmo período – estoque final (EF), e divida esse resultado por dois.

Além disso, reúna a informação do total de vendas das unidades analisadas durante o intervalo selecionado para, então, aplicar esses dados à fórmula abaixo.

Giro de estoque = total de vendas em unidades ÷ estoque médio em itens
 

Para ilustrar melhor, aqui vai um exemplo do cálculo de giro de estoque: imagine que uma papelaria possui um armazenamento médio de 200 pacotes de papel sulfite e, em 1 ano, vendeu 1.600 pacotes.

A conta, nesse caso, ficaria como elencada a seguir.

Estoque médio: 200 unidades
Total de vendas: 1.600 unidades ao ano
Giro de estoque: 1.600 ÷ 200

Giro de estoque = 8 renovações/giros do armazenamento ao ano
 

Em resumo, isso significa que o estoque de papel sulfite nessa papelaria é renovado 8 vezes ao ano.

Cálculo por valor dos itens

Quando uma empresa vende produtos diversos e quer calcular o estoque todo, o ideal é fazer a conta utilizando o valor dos itens em depósito – considerando o preço de compra com o fornecedor – e o valor total das vendas no período.

Giro de estoque = valor total em vendas ÷ estoque médio em valor
 

Tomando outro exemplo, imagine uma empresa de cosméticos que possui um estoque avaliado em R$ 8 mil. Ao longo de 1 ano, ela vendeu o total de R$ 72 mil. Nesse caso, o cálculo fica assim como mostrado abaixo

Estoque médio: R$ 8 mil
Valor total em vendas: R$ 72 mil no ano
Giro de estoque: 72.000 ÷ 8.000

Giro de estoque = 9 giros no ano
 

Isso quer dizer que essa empresa renovou seu inventário de cosméticos por 9 vezes no ano em questão.

Bônus: descubra o seu tempo médio de reposição

Depois de descobrir qual é a quantidade de giros do seu estoque, você pode ser ainda mais preciso(a) e calcular exatamente a quantidade de dias que leva para que seu depósito seja completamente vendido e renovado. Para isso, basta dividir o número de dias no ano pela quantidade de giros.

Tempo médio de reposição de estoque = número de dias no ano ÷ quantidade de giros

 

Dando sequência ao exemplo da loja de cosméticos, a conta ficaria como mostrada abaixo.

Número de dias no ano: 365
Quantidade de giros: 9
Tempo médio de reposição: 365 ÷ 9

Tempo médio de reposição = 40,5 dias
 

Aqui, vale um adendo: esse cálculo é influenciado por fatores como:

  • a localização dos fornecedores (locais mais centrais têm prazos menores, internacionais exigem mais tempo e por aí vai);
  • a eficiência dos fornecedores;
  • o uso de um sistema ERP para varejo que monitore estoques e alerte você quando eles chegarem a níveis mínimos; e
  • a precisão na previsão de demanda, que garante pedidos adequados no momento certo, evitando excessos ou rupturas de estoque.

O porte do seu negócio também influencia: para produtos com alta demanda, um tempo de reposição menor é essencial, enquanto para produtos de menor giro, tempos maiores podem ser aceitáveis. O objetivo é equilibrar os custos de manutenção com o risco de perder vendas ou parar a produção.

Mas afinal, qual é o giro de estoque ideal?

Em geral, quanto maior o giro de estoque, melhor, pois é sinal de que a empresa está vendendo mais e não está tendo prejuízos com itens parados.

Agora, se o número de giros for menor do que 1, é sinal de alerta: isso significa que o seu depósito ainda não foi completamente renovado nenhuma vez, e algumas mercadorias estão paradas por lá durante muito tempo.

Ainda assim, dá para dizer que não há um indicador de referência para um giro de estoque ideal porque isso vai depender de fatores como segmento da empresa, demanda de mercado e sazonalidade.

Um supermercado, por exemplo, vende produtos perecíveis, que estragam em pouco tempo e, por isso, seu giro precisa ser alto, enquanto uma loja de materiais de construção, cujos produtos são mais duráveis, pode ter um giro mais baixo, sem necessariamente significar que sua gestão está inadequada.

O que não dá para esquecer é que os extremos são prejudiciais: mercadoria parada gera custo de armazenamento e pode perder valor com o tempo, enquanto itens em falta impactam negativamente nas vendas.

Como melhorar o giro de estoque?

Não ficou muito contente com o resultado? Conhecer o seu mercado, fazer um bom planejamento de estoque e apostar em novas estratégias de compra e venda são algumas medidas para melhorar a circulação de mercadorias e assegurar que o armazenamento não prejudique a saúde financeira do seu negócio.

Faça um controle de inventário regularmente

Realize inventários periódicos, conferindo se as quantidades de materiais batem com os registros do seu sistema de gestão, se estão nos locais corretos e em condições regulares. Esse controle de entradas e saídas permite uma resposta rápida a qualquer variação de demanda e capital parado em produtos que não estão sendo vendidos.

Categorize as mercadorias

Classificar as mercadorias de acordo com a sua relevância, popularidade ou lucratividade ajuda a identificar quais produtos exigem mais atenção no seu controle de giro.

Uma metodologia muito utilizada na gestão de estoques é a curva ABC, que classifica os produtos de acordo com o seu peso no faturamento do negócio.

Os produtos A são aqueles que representam a maior parte do seu faturamento, ou seja, são mais rentáveis e, por isso, devem ser acompanhados mais de perto – não podem faltar! Enquanto isso, os produtos B representam uma parcela mediana dos lucros, e os produtos C são aqueles que podem ter suas compras reduzidas ou reavaliadas, porque não trazem tanto benefício assim ao seu caixa.

Busque fornecedores de confiança

Forme uma rede de fornecedores confiáveis, que entreguem rápido, pontualmente e com qualidade, ajudando a evitar problemas no abastecimento.

Além disso, cultive um bom relacionamento para negociar condições vantajosas e encontrar mais flexibilidade para acordos em momentos nos quais você precise comprar lotes menores e manter um bom preço.

Conheça seu cliente

Quanto mais você souber sobre o consumidor ideal do seu negócio, mais fácil será alinhar o estoque à demanda real. Para isso, vale analisar as características do seu público-alvo, consultar o histórico de compras e coletar feedbacks que permitam conhecer mais a fundo os hábitos e preferências de compra da clientela.

Planeje estratégias de rotatividade

Identificou uma baixa rotatividade de determinados produtos? Pode ser uma boa ideia planejar estratégias que acelerem a movimentação desse estoque.

Por exemplo, promover os produtos ampliando sua visibilidade, criar promoções, oferecer descontos ou incorporá-los a kits para que “peguem carona” na venda de produtos mais populares são diferenciais que ajudam a desencalhar mercadorias, evitar a perda de produtos devido ao vencimento ou obsolescência e a manter um fluxo contínuo para aumentar o giro.

Otimize as previsões de demanda

Para evitar ter de lidar com mercadorias fazendo aniversário no estoque, antecipe-se otimizando as previsões de demanda para saber com mais assertividade o que deve ser vendido e em que quantidade.

Você pode tomar como referência dados históricos, tendências de mercado ou fatores sazonais – como aquela venda que dispara sempre no Dia dos Namorados ou no Natal –  para planejar o volume adequado de compras e evitar escassez ou excessos.

Utilize um bom sistema de gestão

Depender de processos manuais e planilhas aumenta a chance de falhas na gestão do estoque, sem contar que o processo fica muito mais lento e difícil de monitorar. Então, por que não contar com a tecnologia a seu favor?

Um bom sistema ERP pode automatizar boa parte dos processos, como gestão do inventário, cálculo de custos, reabastecimento e rastreamento de vendas, além de facilitar o monitoramento com dados precisos e sempre atualizados.

São recursos como esses que ajudam a manter o estoque em dia, a detectar pontos de atenção e identificar boas oportunidades para manter o giro em níveis saudáveis para o sucesso do seu negócio!

Agora, você já sabe que calcular o giro de estoque faz toda a diferença para otimizar suas vendas e evitar prejuízos, além de ter em mãos tudo o que é preciso para fazer um bom planejamento para melhorar esses índices quando o resultado da conta não for tão legal assim.

Faça bom proveito dessas informações – e das ferramentas que você conheceu neste artigo para impulsionar a sua empresa também!

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